28 de fevereiro de 2013

Viagem

Feitiço da Lua
Maria Tereza Penna

 Meu Pai contava:
Você era engraçada e as vezes assustadora. Disse ele: Uma vez, eu estava sentado na sala lendo o jornal Minas Gerais , um jornal de letras miúdas e apertadinhas e você sentada  no tapete em frente à mezinha de centro pegou algumas folhas e fingiu ler. Depois de algum tempo, você se levantou e saiu lendo meio atrapalhada. Você riaaaa e chorava, ria e chorava. Você era encantadora e assustadora aos cinco anos.
Eu me lembro de aos 16 anos, cursando a escola normal no Instituto de Educação de Minas Gerais, junto com minhas colegas e amigas, de termos feito um trabalho sobre Espumas Flutuantes de  Castro Alves.
Fizemos um jogral com florilégios e montamos a apresentação  para representar o que havíamos aprendido do livro.
Eu como sempre detestava passar o trabalho a limpo, então ficava encarregada do cenário. Cenários enormes para tampar o quadro negro, mais ou menos de 5 X 2 metros.
Coloquei em cima do papel Craft, uma mulher com as costas nuas, sentada sobre lençóis e nuvens, que olhava fixamente para o horizonte.
Usei Giz de cera branco e “50 Tons de Azul” para representar meu sentimento. Uma mulher envolta em brumas que sonhava e talvez desejasse voar.
A apresentação tinha por fundo musical, instrumentos de cordas e as vezes flautas. Algumas musicas eram clássicas outras vezes do folclore nacional. Somente orquestradas.
Acabamos indo parar dentro do suplemento literário do tal “Minas Gerais”. O professor Albanito levou, e eles decidiram publicar. Foi um alvoroço na escola.
A apresentação tinha por fundo musical, instrumentos de cordas e às vezes flautas. Alfimas músicas eram clássicas outras vezes do folclore nacional. Somente orquestradas.
Não foi tão tempo assim: Comecei aos 5  e  aprendi, rindo e chorando, finalmente aos 56 anos. Me sinto  uma vitoriosa. Uma vida talvez não basta para aprender.
Hoje eu choooroooo e Riiioooo... Choro e Rio....
Eu aprendi que: não ter preconceitos é a chave para se aventurar e buscar a si próprio, pois a falta deles lhe abrem caminhos e portas.
Aprendi que a crítica sem conhecimento de causa é defesa pessoal e um muro que barra e separa mentes e ideias.
Se você critica e ofende, você pega o maior Vodoo que alguém pode pegar. Não queira saber como é... Melhor não saber meeesmooo!
Você fica amarrada, cheia de quebrantos, e o pior, começa a ter medo dos outros e de si própria.
A forma de se libertar do tal vodoo é pedindo perdão e se perdoando. Vá com tudo. Diga ou cante: Oh abre alas que eu quero passar e implore se precisar, que você saia da sua frente e lhe dê passagem.
Não critique o que não conhece ou não entende,  pois a única forma de aprender e conhecer é experimentando. E o pior: Você pode gostar. Aí é o bicho. Aí você se perde e ainda poderá encontrar a si mesma, nada mais assustador que se ver cara a cara. Faça isso o quanto antes, Senão você poderá enfrentar uma rejeição. O pior inimigo é o carrasco que no caso, é você mesma.  O que seria ir além dos seus limites? Até onde podemos? Podemos tudo, sempre mais adiante se assim o desejamos  e assumirmos os riscos. Sabendo que o prazer é um presente, mas a tortura... não a dor, pode ser cruel, quando não se  respeitam ou ofendem o seu eu "instantâneo", (Como você se encontra no momento, pois no seguinte você se dissolve em outra situação) mesmo que não existam paredes, e não há cores que te liberte da danada cruz. Nem cinzas, Nem azuis. 
Para sair da expiação, preste atenção a todos os sinais a sua volta, pois estão te comunicando a todo instante onde está o caminho para a liberdade e só, e sem o tal Pré-conceito poderá se arriscar a buscar a  tal liberdade perdida. A Paz é quando você tem a certeza, não há mais duvidas e você não se pregunta mais: Por que? Ou: Eu fiz tudo que poderia ter feito? Não há dúvidas onde existe a paz. O antônimo de PAZ não é GUERRA. É DÚVIDA!
Encontre a sua porta e abra sem pensar muito. Quem está perdendo o tempo é você, não a porta.
Vá, vá logo... Enquanto você pensa um mundo corre lá fora...
Um Chute na bunda não seria nada mal nessa hora... Ou seria?

PS: Agradecendo ao livro que estou lendo e encantada com surpresas.

2 comentários:

Sylvio Mário Bazote disse...

Linda a sequência de imagens onde, na minha opinião, o sol parece transformar-se numa lua.
Se esta vida é uma viagem, temos que estar com espírito pronto para um pouco menos de conforto e atentos para nos encantar com os detalhes do que é novo. De resto, é aproveitar cada trecho do caminho, pois não sabemos quando e onde será nossa última parada.

Maria Tereza Penna disse...

Obrigada mais uma vez Sylvio. Eu tirei essa foto quando estive na Itália. Trabalhei nela para demonstrar um momento. Tenho muitas. A medida que forem se fazendo necessárias eu vou buscando e colocando meus sentimentos.
Bem Vindo sempre

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