6 de março de 2010

Alianças

Por Achel Tinoco

Na política baiana de hoje, evidencia-se a não divisão de grupos, ainda que os caciques continuem a inflar seus peitos coronelistas e a destilar suas teorias anacrônicas, com discursos apaixonados e fidedignos, qual fossem jogadores de futebol beijando as alianças para homenagear a amada desconhecida ou uma que ainda não têm. As alianças que se enfiam agora nos dedos secos da Bahia, mais parecem com aquelas fornicadas da casa da mãe-zefinha: rápidas e mal pagas.
Quem imaginaria, noutros tempos bicudos, que o “senador da Bahia”, César Borges, se agarrasse a uma ponta da estrela de Jaques Wagner? E Otto Alencar, hein...? Até tu, Fernando de Fabinho!... Mas quem é Fernando de Fabinho mesmo? Parece que os filhos bastardos do carlismo, aqueles que andavam a perambular pelas ruas sem eira, foram adotados pelo wagnismo, e mais tarde, quem sabe, pelo gedeismo, e assim sucessivamente, até que se forme um novo “ismo”.

Comprova-se que, na política, não há inimigos históricos nem ideológicos. Há, sim, arestas aparadas; acordos tecidos, para, no final das contas, todos os aliados serem contemplados..., como num bingo coletivo. Enquanto isso, o tempo passa, os ventos mudam, a maré baixa, e o povo continua sentado na balaustrada assistindo tudo sem entender nada. Batem palmas por um dever cívico, se indigna por uma barriga vazia, mas não se atenta nunca para o pano de fundo do espetáculo. E a cada manobra, esses políticos ganham mais respaldo e proteção, mais visibilidade e prestígio. Menos coerência.

A Bahia continua, como há décadas, no tempo da fartura, no tempo da penúria, com seus altos índices de analfabetismo, os mais altos índices de violência, os mais altos índices de embromação. Mas não enxergamos o óbvio por causa da propaganda sistemática e engabeladora que nos tapa a visão e o entendimento. Toda crítica é rechaçada em nome de um desenvolvimento aparente que não vemos no dia a dia, mas com certeza está lá nas entrelinhas políticas, para nos servir de base a um novo aprendizado mundial, uma espécie de "quarta onda" futurista que vai nos despejar na praia...

Amanhã, seremos outra vez o projeto fútil de um estado de coisas aliançadas.

Um comentário:

Maria Tereza Penna disse...

Rsss... Tinoco você é muiiitooo otimista!!! rss
O Tsunami é que despejá em nós... rss
não chegaremos nem dizer... rss Vamos a la plaia.. la'lálálá

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