Vale a pena conhecer a obra de Romano Galeffi - http://dicionario.sensagent.com/Romano%20Galeffi/pt-pt/ http://www.wikiwand.com/it/Romano_Galeffi http://www.cdpb.org.br/dic_bio_bibliografico_galeffi.html
Estava ansiosa e insegura. Queria correr dali.
Onde eu fui amarrar minha égua?
Saíra de Belo Horizonte para ser ridicularizada ali?
Tinha quadros de Rebolo, Aldemir Martins, Caribè, Volpi e
sabe-lá quantos mais... Fiquei tonta ao ver tantos quadros e tantas obras num
mesmo espaço. Parecia um museu.
Como fui parar ali apenas com um telefonema? Queria saber
quem era autoridade em artes na Bahia. E me deram o telefone de Romano Galeffi.
Peguei meus dois filhos, minha prima que viera de BH e meus
quadros e enfiei tudo num taxi e baixei para a Alameda Lorena.
Agora estava morrendo de medo que a família soubesse que eu
era um fracasso. Que eu sou uma tola sonhadora...
Veio na minha cabeça a imagem de D. Leonina, ex esposa do Maestro
do Teatro Francisco Nunes. Eu estava atrás
da porta e ela sentada na sala da minha casa. Viera oferecer seu piano aos meus
pais e avós para que eu não parasse com o estudo de piano. Dizia que eu merecia o piano apesar do pouquíssimo tempo de aulas.
Ficara viúva e teria que se desfazer do piano para morar
com o filho.
Meus pai e avô viram que o piano era grande demais para
passar pela janela e decidiram que iria atrapalhar meus estudos.
Agora o que é que eu estava fazendo ali?
Tinha um senhor com alguns quadros, uma morena simpática que
eu soube ser a Secretária de Cultura do Estado da Bahia e nós juntos na sala de
espera...
Um senhor de cabelos grisalhos e ar sério, mas confiável
apareceu, olhou para todos e para os objetos e se dirigiu a mim.
Espere...
Atendeu primeiro ao senhor que estava com alguns quadros
também.
Alguns minutos após Sr. Galeffi estava de volta pega um de
meus quadros e se volta para a Secretária de Cultura: O que você está vendo? E
ela responde: A Catedral de Palermo.
Estavam chegando de uma viagem à Itália.
Ele se dirige para mim, olhando pela primeira vez nos olhos
e me argui: Você pintou a Catedral de Palermo? Já esteve na Itália?
Eu respondi: Eu nunca estive na Itália, mas meus avós são
Italianos.
Ele continua olhando o quadro em suas mãos e afirma: Nenhuma
das fotos que eu tenho retrata tão fiel a sensação de estar dentro da Catedral
de Palermo.
Fiquei indo e vindo vários dias, participei de várias
reuniões no Centro Brasileiro de Estudos Estéticos na Bahia que era parceira da
UFBA.
Ele me pediu que deixasse alguns trabalhos na MATRIZ, o que
eu fiz de pronto.
Saí algumas vezes em matérias no Jornal A TARDE que veicula
em Salvador e ele me deixou essas laudas acima.
Voltei para Belo Horizonte poucos meses depois e o Maestro
Sérgio Magnani veio conferir meu “Trabalho”.
Enviei o tal quadro ao Salão Nello Nuno, e o quadro participou
da exposição.
Realizei uma Exposição em 87 na Aliança Francesa e expus o
quadro.
Aconteceram outras exposições e trabalhos e muitas outras
coisas. Coisas que deveriam e que não deveriam ter acontecido...
Os quadros? Vendi a maioria e esse em especial sumiu... Não
me pergunte como, mas sumiu...
Nunca parei de realizar, só que, o que é importante para mim, é o fazer, o
momento e a sensação... Depois, o depois não importa muito...
O instante, a emoção do instante manufaturado se torna eterna...
PS: Eu não procurei por Bach, Bach estava em mim...
Eu só preciso crer!...
Eu só preciso crer!...
Não reli... Estou escrevendo de Sopetão
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