Kia Hui Tan
estudou piano, violino, teoria da música e composição em seu país natal,
Singapura, antes de receber bolsas de estudo para a Guildhall School of Music
and Drama em Londres e no Cleveland Institute of Music-EUA, onde foi-lhe
conferida o título de Ph.D. em Artes Musicais em 2001. Dra. Kia Hui Tan foi
solista e recitalista em 25 estados dos Estados Unidos, e em 20 países em 5
continentes, inclusive no Barbican Hall de Londres e no Carnegie Hall de Nova
York. Descrita pela revista Strad
como "uma violinista cuja virtuosidade foi assombrosa", ela ganhou
inúmeros prêmios inclusive a Medalha de Bronze no 1 Concurso Internacional de
Violino NTDTV em 2008. Tem em seu repertório mais de 300 obras de câmara, e tem
estreado composições de cerca de 50 compositores vivos. Foi membro de vários
grupos de música e é frequentemente convidada para tocar em festivais e
conferências, muitas vezes apresentando recitais/conferência sobre repertório
inexplorado para violino solo. Experiente primeiro violinista de orquestra já
tocou sob a batuta de Sir Colin Davis e
Mstislav Rostropovitch entre outros notáveis maestros. Atualmente é
professora de violino na Escola de Música da Universidade de Ohio-EUA e toca em
um violino italiano do ano de 1700.
Gravação
pela violinista Dra. Kia-Hui Tan em
Belo Horizonte, de três obras musicais do compositor Andersen Viana: Fantasieta (1983), Cantilena (2003) e Micropeças
(2011), ambas para violino solo.
Julho de 2013Estúdio Serrassônica (Estúdio A) - Belo Horizonte
Andersen Viana
Andersen
Viana
É
natural de Belo Horizonte. Ph.D em Música-Composição pela Universidade Federal
da Bahia, atua como compositor, produtor cultural e leciona diversas matérias
musicais no Palácio das Artes e Música de Cinema, na Escola Livre de Cinema.
Estudou nas seguintes instituições musicais no Brasil, Itália e Suécia: Reale
Accademia di Bologna, Arts Academy of Rome, Accademia Chigiana di Siena, Royal
University College of Music de Estocolmo, UFMG e UFBA. Por sua obra musical,
recebeu 21 premiações no Brasil e exterior, incluindo: 1º Lugar no “Concurso
Internacional de Composição Susanville Orchestra - EUA 2012”, 1º Lugar no
Concurso Internacional de Composição”Lys Music Orchestra 2001”, na Bélgica, e o
1º Lugar e o Prêmio do Público no “Concurso de Lambersart 2006”, na França. Em
seu catálogo atual constam 310 obras compostas para vozes, instrumentos
acústicos e eletrônicos.
FANTASIETA
Fantasieta
(1983) foi a primeira peça para violino solo composta por Andersen Viana,
quando ainda era aluno de viola do Prof. Paulo Bosísio (discípulo de Max
Rostal). Faz parte de uma série de pequenas fantasias dedicadas aos mais
diversos instrumentos, onde a arte e a técnica exploram ao máximo as
possibilidades expressivas de cada instrumento. Este projeto continua sendo
executado, tendo como última obra a Fantasieta para Tuba solo (2012). A
Fantasieta para violino explora as diversas possibilidades de produção de som,
tais como: cordas duplas, triplas e quádruplas, harmônico artificial de quinta,
tremolos, glissandos, trinados e variados golpes de arco, utilizando a extensão
do instrumento desde o sol grave até o dó sobre-agudo.
Sob
o aspecto composicional, é uma obra de curta duração (4’30”) e de uma
“facilidade relativa” para o intérprete, devido às suas qualidades idiomáticas,
não existindo nenhuma passagem que seja antiviolinística. A obra foi
estruturada a partir de uma pequena introdução rítmica (Vivo), uma parte lírica
(Lento cantabile), uma seção contrastante (Rapido), – em que
é utilizada a rítmica brasileira oriunda do Choro e do Samba
– , finalizando o discurso musical até então
apresentado e delimitando o encerramento de uma seção mais ampla.
A
próxima seção (Un poco leggiero e giocoso), lírica, que contrasta com a
anterior, apresenta novo material, logo seguida de uma pequena variação em
spiccato, alcançando a reexposição do Lento cantabile e atingindo o ponto
culminante com a nota dó. Finaliza com uma coda brilhante (Presto). Esta obra
existe também na versão para viola solo.
CANTILENA
A
Cantilena (2003) foi a segunda obra do compositor para violino solo. Possui
outras duas versões: uma para viola solo e outra para violoncelo solo. A
exemplo da Fantasieta, a Cantilena explora diversas possibilidades expressivas
do instrumento, tais como: cordas duplas, triplas e quádruplas, harmônicos
naturais simples e duplos, tremolos, trinados, sul tasto e variados golpes de
arco. Utiliza a extensão desde o sol grave até o si agudo. É, também, uma obra
em que o intérprete tem liberdade sob alguns parâmetros. Sob o aspecto
composicional, é uma obra de maior duração do que a sua predecessora (6’30”) e
mantém as qualidades idiomáticas do instrumento, desenvolvendo uma “bifonia” em
quase a sua totalidade. A Cantilena se diferencia das duas outras obras
(Fantasieta e Micropeças), pois foi pensada sonoramente a partir de imagens
cinematográficas e de um hipotético film noir passado no sertão brasileiro. O
motivo principal tem caráter modal – mixolídio transposto uma segunda maior
acima – e nos remete também à música de
tradição oral do Nordeste do Brasil.
A
obra foi estruturada a partir de um tema principal de caráter lírico (Andante
malinconico), em que se podem observar, inclusive, uma possível tristeza do
sertanejo e sua luta contra as adversidades da vida e da natureza, seguida de
uma variação melódica (Pìu mosso), sempre com reminiscências e motivos do tema
principal. Em Mosso, outra variação surge, utilizando para tanto o virtuosismo,
com o uso do golpe de arco ricochet, tentando criar um campo harmônico a partir
da velocidade usada, alternando as notas nas quatro cordas. Em Meno, há uma
transição, para que se chegue até a coda (Grandiosamente!), que é originária da
escala hexatônica (tons inteiros).
MICROPEÇAS
Micropeças
(2011) compreende o conjunto de catorze composições, cada uma com uma duração
muito reduzida, em que a arte e a técnica do violino são utilizadas no máximo
das possibilidades expressivas e da maneira mais sintética possível. Isso pode
ser considerado como uma influência do pensamento criativo oriental, a exemplo
da composição dos Haiku, forma poética de origem japonesa que valoriza a
concisão e a objetividade. Nesta obra, incluem-se passagens em que o uso da indeterminação
faz-se presente .
Nas
Micropeças, podem-se encontrar variadas possibilidades de produção de som, tais
como: cordas duplas, triplas e quádruplas, harmônicos naturais e artificiais
(simples e duplos), pizzicato de mão esquerda, glissandos duplos, trinados,
variados golpes de arco e sons não convencionais (atrás do cavalete).
Utiliza-se a extensão desde o sol grave até uma nota indeterminada na região
super-aguda, na última corda do instrumento.
Micropeças
possui uma “certa facilidade interpretativa”, devido a suas qualidades
idiomáticas, em que andamentos lentos, moderados e rápidos se alternam, criando
um todo de grande efeito sonoro e performático. Os números XI, XII e XIII fazem
com que esta obra pertença a um projeto conceitual maior, intitulado
“Hibridismo”, em que células e motivos de outros três movimentos da obra Suíte
Floral (1986), do mesmo compositor, são utilizados e transformados em algo
novo. As “respirações” entre uma micropeça e outra, caso existam, deverão ser
mínimas. Existem também as versões para viola e violoncelo. É uma obra
excelente para recitais e concursos, demonstrando, com base em uma linguagem
atual, muitas das possibilidades da arte e da técnica do violino.
Contato:
Andersen
Viana:
e-mail:
vianabr2005@yahoo.com.br
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