Estudo sobre Carmen de Bizet
Era Carmen.
Era Carmen.
Ali com o vestido da sua mãe.
Vermelho intenso com pois brancos que ao girarem pareciam
uma impressão de Monet.
Seguia invertida em estrelas sobre sol de oriente que giravam ao redor.
Seguia invertida em estrelas sobre sol de oriente que giravam ao redor.
Sobras de sapatos de saltos, que ora adiantavam, ora retardavam,
mas não afetavam o equilíbrio dos ágeis pés que se aventuravam no rodopio.
Sapatos de gente grande em pés pequenos fazem milagres em
pessoa miúda.
Castanholas, presente do avô, surravam o ar, com
a originalidade peculiar na inexperiência. Um único compromisso com a ciência
produzia a batida do som que impregnava o ritmo aos passos marcados.
Lá ia ela no auge dos seus 5 anos. Lá ia ela... A RI A TI TA, A RI A PI A, A RIA TA TA Ta, Lá ia ela...
Lá ia ela jogando braços nessa cadencia silábica, quase uma prece para a
inspiração. Um mantra cigano, uma onomatopeia! Lá ia ela castanholando ao
timbre de colheres de madeira e passos andaluzes.
Exigia o olhar obediente da plateia que permanecia sentada
assistindo ao espetáculo sem autonomia para retirar o foco.
E quando o sonho acabava ela inclinava a cabeça em
agradecimento, mesmo que não se observasse gesto algum na intenção de fazê-lo.
Sentiam-se intimidados e coagidos a aplaudir, sem julgar ou
questionar .
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Segue no livro .....
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