Coçando as mãos e o nariz.
Um desejo incontrolável de colocar as mãos na terra ...
Era uma comichão!
Afundar e fincar os dedos no solo e Ir até onde a distância permitisse.
Come Chão mesmo... Aquela fissura que as grávidas sentem e devoram coisas de barro e as crianças colocam terra na boca.
Vontade de plantar algo que se adaptasse ao solo como raiz de Pripioca.
Tão perfumada que encantasse Piripiri e ele nunca mais se fosse.
Ir atrás do perfume do guerreiro meio material e meio espiritual que me enfeitiçou com magia pura...
Eu já havia amarrado os pés do "Perfumado" com cabelos em noite de Lua Cheia. Já havia feito loucuras para mantê-lo por perto.
Ele, Piripiri, esperto que é, fugiu sorrateiramente à noite e virou Arapari. Constelação de estrelas chamadas Mintaka, Alnilan e Alnitak.
Sempre acreditei serem nomes femininos representados pelas Três Marias.
Piripiri, a fim de não trazer o ciúme para dentro dos corações das donzelas que o assediavam apaixonadas, escolheu sabiamente como nomear as deidades.
E após se dissolveu...Virou fumaça...
Porém deixou algo para nos consolar: As raízes da Piripri-oca. «Morada de Piripiri».
Aroma que entontece, inebria em banhos que curam a alma doente da saudade de algo que nunca conheceu.
Bálsamo, olor, essência que recende ambiência inundando além dos sentidos.
Poção mágica de sedução e sorte.
Aroma de inicio e fim de mundo...
Mari Thererè
Maria Tereza Penna
Texto criado para a Antologia Brasil Conto por Conto elaborada por Angela Mota
4 comentários:
Parabéns! Bonita inspiração.
Interessante conto com visualização de lendas que desconhecia por essas gerais.
Sujestiva capa. Parabéns
Interessante conto com visualização de lendas que desconhecia por essas gerais.
Sujestiva capa. Parabéns
Parabéns Tereza, sempre inspirada!
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