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2 de junho de 2010

Centenário de Adoniran Barbosa








Acrílico sobre tela by Maria Tereza Penna/87
Amor de gato
Vem chegando...Vem chegando...
Sorrateiro
se esquivando
desconfiado
deslizando
tão mansinho e elegante
A gente acha até
que ele pisa em nuvens

Se achegando
Encostando
Enroscando
Ronronando
Implorando
Suplicando
de soslaio
até a gente
afagar

Aí a gente pega
se apega
apelida
afunda em pelos
Cuida
alimenta
e sustenta
de carinho
o que a gente viu chegar

Um dia
se preocupa
Olha as horas
ansiosa
Até o portão
volta nervosa...
incomodada
angustiada
até o portão
volta nervosa...
Se descabela
se desgrenha
se atropela
até o portão
volta nervosa...
Até o dia amahecer.

Então se dá conta
Que o amor
não deixa rastro
endereço
nem recado
Nem pedido,
de desculpa...
Não há remédio
nem suspiro...
Não tem nada
que se peça
que se faça
que o encante
que o force
Retornar...

Se um dia
Partir?

Foi-se...

Maria Tereza Penna

APAGA O FOGO
ADONIRAN BARBOSA
Homenagem ao CANTO LIVRO
Inês saiu dizendo que ia
comprar pavio pro lampião
pode me esperar, mané
que eu já volto já
acendi o fogão botei água pra esquentar
e fui pro portão só pra ver inês chegar
anoiteceu e ela não voltou
fui pra rua feito louco
pra saber o que aconteceu
Procurei na central
Procurei no hospital e no xadrez

andei a cidade inteira
e não encontrei inês
voltei pra casa triste demais
o que inês me fez não se faz
pois no chão bem perto do fogão
encontrei um papel escrito assim
pode apagar o fogo, mané
que eu não volto mais.

Vamos rezar para que não tenhamos que sair para comprar "Pavio para o Lampião", senão a gente não perde só a INÊS, a gente perderá coisas muito mais importantes. A INÊS a gente substitui, mas o resto...Será difícil!...
Maria Tereza Penna

Centenário de Adoniran Barbosa








Acrílico sobre tela by Maria Tereza Penna/87
Amor de gato
Vem chegando...Vem chegando...
Sorrateiro
se esquivando
desconfiado
deslizando
tão mansinho e elegante
A gente acha até
que ele pisa em nuvens

Se achegando
Encostando
Enroscando
Ronronando
Implorando
Suplicando
de soslaio
até a gente
afagar

Aí a gente pega
se apega
apelida
afunda em pelos
Cuida
alimenta
e sustenta
de carinho
o que a gente viu chegar

Um dia
se preocupa
Olha as horas
ansiosa
Até o portão
volta nervosa...
incomodada
angustiada
até o portão
volta nervosa...
Se descabela
se desgrenha
se atropela
até o portão
volta nervosa...
Até o dia amahecer.

Então se dá conta
Que o amor
não deixa rastro
endereço
nem recado
Nem pedido,
de desculpa...
Não há remédio
nem suspiro...
Não tem nada
que se peça
que se faça
que o encante
que o force
Retornar...

Se um dia
Partir?

Foi-se...

Maria Tereza Penna

APAGA O FOGO
ADONIRAN BARBOSA
Homenagem ao CANTO LIVRO
Inês saiu dizendo que ia
comprar pavio pro lampião
pode me esperar, mané
que eu já volto já
acendi o fogão botei água pra esquentar
e fui pro portão só pra ver inês chegar
anoiteceu e ela não voltou
fui pra rua feito louco
pra saber o que aconteceu
Procurei na central
Procurei no hospital e no xadrez

andei a cidade inteira
e não encontrei inês
voltei pra casa triste demais
o que inês me fez não se faz
pois no chão bem perto do fogão
encontrei um papel escrito assim
pode apagar o fogo, mané
que eu não volto mais.

Vamos rezar para que não tenhamos que sair para comprar "Pavio para o Lampião", senão a gente não perde só a INÊS, a gente perderá coisas muito mais importantes. A INÊS a gente substitui, mas o resto...Será difícil!...
Maria Tereza Penna