24 de maio de 2010
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Ilustração de Maria Tereza Penna
Meu olhar pode ser ríspido
Ora lânguido
Ora crítico
Meus gestos são falantes
Grotescos
Por vezes sedutores.
Meu canto é desconexo
Desafinado,
Descompassado.
Minha voz é rouca
Rude
Mas forte.
E sei que será ouvida
Questionada
Debatida
Porque é inquietante
Provocante
Porém sincera
Mas se obrigar-me
Ao silêncio
Sentirás a paixão do meu desejo
A fome das verdades
E o furor de minhas entranhas
Maria Tereza Penna
Os caminhos são muitos
Quando se deixa ser
Os caminhos são fáceis
Quando podemos escolher
Mas quando se escolhe fácil
As vezes deixamos de ser
Os caminhos se desfazem
Quando se teme a sorte
Os caminhos se fecham
Com a certeza da morte
Mas quando confiamos na sorte
Não tememos a morte.
Os caminhos se cruzam
Se quer alguém
Os caminhos se abrem
Quando se pensa além
Mas quando se pensa “alguém”
Não temos certeza de “quem”
Os caminhos são estradas
Por onde seguimos a caminhar
Os caminhos são estrelas
Por onde andamos a sonhar
Mas ao sonharmos pelo caminho
Com certeza poderemos suportar.
Maria Tereza Penna
Sem dono,
Sem título,
Bela é!
Senhora Anônima
Fértil e submissa.
Bela é como Bila
A dar a luz sobre os joelhos
Bela é como bilha
A saciar a sede alheia
Bela é...
Como brilha!
Bela é como pode...
Que pode Bela não ser?
Bela Bila,
Bela bilha,
Bela brilha...
Quanto "Ser" Bela pode!
Quisera Bela ter sua própria sorte.
Quisera Bela ter sua própria morte.
Ah! Pudesse Bela ser sua própria perdição!...
Abra a janela!
Céu Azul...
As nuvens se foram
Lindo Dia
Deixe entrar...
Aspire...
Cheiro de inverno
Penetrante
Fartando pulmões
Deixe entrar...
Veja! Olhe ali...
Paira um sorriso
Receoso da censura
Que priva fiéis
Do paraíso
Espera que se encante com a ternura
E deixe-o largamente se alojar.
E a gente se extasia!...
Esquece corpo cetônico
Sorve goles de Amarula
Degusta pedacinhos de Chocolate
E sente docemente
Estalar a língua no céu da boca.
Se embriaga de Tônico Serotônico...
E mesmo que um dia vá fugindo...
De resto a dor
O prantear uma saudade
A gente se conforma,
E sai pedindo
Que sonhos irreais
Virem verdade.
Maria Tereza Penna
Acrílico sobre tela Maria Tereza Penna
Paixão
Arde
Queima
Dói
Estupra
Arrebenta
Come
Cospe
Vomita
Engasga
Sufoca
Mata
Paixão
Envolve
Protege
Acaricia
Manipula
Seduz
Entrega
Dissolve
Paixão
Cria
Vida
Na mais incrível verdade.
Precisei de você
Como se precisa do ar...
Queria você
Do modo que viesse
Da maneira que quisesse
E tomasse do jeito
Que desejasse...
Senti você em Mim
Deslizando sobre meu corpo
Tão macio e envolvente
Que não resisti...
Me debati
Num oceano imenso
Inteiramente inerme
E me dissolvi...
Me entreguei
De forma tão completa
Tão absoluta
Que me abandonei
Num desespero incontrolável
Num desejo insaciável
De sentir você
Dentro de mim...
Experimentei um anseio inesgotável
De uma paixão intensa
Que só restou
Me consumir
Neste Poema
Maria Tereza Penna
AS PORTAS
Há muitas portas…
Há uma porta
que navios de sonhos
embalados pela inocência
navegam por mares policromos
nas ondas da inconsciência.
Há outra porta
Onde uma Moura Torta
Quebra potes
Por que a sorte
Não lhe sorriu
uma só vez.
Atrás de outra
Há jardins
suspensos em nuvens
Para entrar só com testagens
que decifre personagens
Enígmas e por quês…
Outra se abre
E vê-se no espelho
se conhece e redescobre
Invertido no assemelho.
Muitas portas…
Várias portas…
Que confundem
E iludem
Tantas portas…
Para que?
Tanto ponto de interrogação…
Há uma porta…
Que importa
e só abre uma vez…
Se indaga:
O que haverá por trás?
E o medo da saga
fecha-a para sempre
de vez…
E uma outra
Que se abre
para um quarto
escuro e solitário
onde se pode ser
realizar e conceber...
Que as vezes me pergunto:
Se é feliz na multidão?
Eu afirmo com certeza
Estou serena na solidão…
Maria Tereza Penna
josaphat disse:
20/11/2009 às 20:39
Gostei muito.
Posso bater uma bola com você?
Eis que me sempre volta aquela imagem
Do escafandro e da sombra em hora bela.
Já a sombra se espraia em torno à ela
E em minha alma permanece a imagem.
Havia lá um córrego selvagem,
E os jardins e as rosas, as alamedas
De flores, lembro bem que todas ledas
Perfumavam a lembrança, a miragem.
Lá, na infância, fica aquela porta,
Há o cadeado, o trinco, a maçaneta.
Lá ficou a minha alma como morta.
Procuro um norte, um caminho, a greta
Por onde passe o mito e sua clivagem,
E da Citérea fique a sacanagem.
Maria Tereza Penna disse:
21/11/2009 às 13:28
Vou aceitar o desafio
Como parte desse tratado
De repente em repente
Faremos um bom contrato.
Aí vai…
Alice no País do Pássaro Azul
A Bola, a Boneca, a Roda,
Giram, cirandam…tonteiam…
Vertigem que nos acomoda
Na percepção Ilusória
Dos braços de Morfeu
Brincadeiras e enigmas
Arte de Portinari
Nos encanta com a magia
Saídas da cartola
De um coelho em correria
Vejo um bosque
Numa rua
Pelo buraco da fechadura
E um anjo
Que nele mora
Me seduz com a candura
Me esqueço da hora…
O tempo passa
E nem me apercebo
Em outra dimensão
Vejo –me nua e descoberta
“Desavergonhadamente” liberta
Nas asas de um Azulão.
Voa Azulão!…
Voa…
“Pro s” cantos desse mundão
Por esse lugar fascinante
De luminosidade abundante
Que inquietou meu coração!…
Maria Tereza Penna
Chore Argentina...
Chore por mim...
Chore por ti.
Derrame seu pranto sobre a
A semente que brota
Num renascer constante
De esperança e de vida.
Buenas Noches Argentina
Em suas entranhas
Nada se quebra
Nada se parte
Tudo se funde
Na dor latente
Que mais força lhe dá
Buenas Noches Argentina
O seu ventre vive
Da certeza da fé
Que germina abundante,
Que cresce atraida
Por um céu estrelado
De beleza e magia.
Buenas Noches Argentina
Proteja em seus braços
Os que clamam por ti.
Ampare em seu seio
Os que “quedam hijos”
Os que se sucumbem
Na dor reprimida
Da carne ferida.
Boenas Noches Argentina
Descanse nos braços
que clamam por ti.
Boenas Noches Argentina...
Se aninhe nos abraços
Dos meninos largados
À sorte e a avaria.
Que retornam cansados
Com olhares famintos
De carícias e afagos
Em eterna agonia
Boenas Noches Argentina...
Descanse nos braços
que clamam por ti.
Dos que se entregam lânguidos
E se dissolvem dolentes
No aconchego e na ternura.
Boenas Noches Argentina
Descanse nos braços
que clamam por ti.
Sonhe seu sonho
De lutas ancestrais
Sonhe um sonho
De busca fugaz
Sonhe seu sonho
E acorde em paz...
Buenos Dias Argentina!
Maria Tereza Penna
PRESTE ATENÇÃO ARGENTINA!!! NÃO NOS TRAIA !!
Vamos rezar para que esta onda da elevação da auto-estima Americana se propague por todas as Américas, envolvendo todo o continente como uma aura de energia benfazeja.
E que nós mães nunca mais derramaremos lágrimas por nossos filhos, a não ser que sejam de orgulho e de alegria.
BUENOS DIAS URUGUAI!...
Desgrenhadas,
Tresloucadas,
Em insano Luto
Sob negros véus
No chão derramam suas desventuras
Seguem...
Ardendo em choros,
Na surda teimosia
De quem jamais desiste
Se entregam
Num lamento infindo,
À um martírio eterno
De um doer latente.
Se transmutam...
Entre lágrimas e preces,
No desencanto compassivo
Da esperança perdida.
Se consomem...
Em prantos desesperados,
Pela desgraça veemente
Da dúvida derradeira.
E se dissolvem...
Num morrer constante,
De uma dor pungente
Que não sara nunca.
Maria Tereza Penna
PRESTE ATENÇÃO ARGENTINA!!! NÃO NOS TRAIA !!
Vamos rezar para que esta onda da elevação da auto-estima Americana se propague por todas as Américas, envolvendo todo o continente como uma aura de energia benfazeja.
E que nós mães nunca mais derramemos lágrimas por nossos filhos, a não ser que sejam de orgulho e de alegria.
BUENOS DIAS URUGUAI!...
Perdi a crença no futuro da NET e escrevi isso:agora a 1:30 da manhã com profundo pesar… Pode ser o horário, estado de espirito, mas não creio…
Censura e Aberração
Estou com o coração apertado
Sensação de desamparo
Que me tráz lágrimas aos olhos
Não há mais caminhos nem atalhos
O que pensava ser libertário
Hoje vejo subjugado
É o grande adversário
Que há muito nos tem cegado
Meu desejo de expressar
É hoje mero pesar
A decepção uma realidade
De viver em liberdade
Não acredito mais
Na reversão desse quadro
Era a crença num espaço
Que hoje vejo bloqueado
Não há marco regulatório
Não há esperança nem nada
Atentado com violência
Que me deixou aprisionada
Pena, lástima e descrença
É hoje o meu legado
De quem acreditou que vivia
Um momento trasfegado
Nunca mais…nunca mais!!!…
Juro com convicção
Acreditarei em histórias
Circunspecção e abstração
Não quero apreciar jamais
Tudo que sinto agora
A ausência da presença
Da proteção de outrora.
Acabou… tenho certeza
Tudo findo e terminado
A beleza da pureza
De um viver apaixonado…
Maria Tereza Penna
Inês saiu dizendo que ia
comprar pavio pro lampião
pode me esperar, mané
que eu já volto já
acendi o fogão botei água pra esquentar
e fui pro portão só pra ver inês chegar
anoiteceu e ela não voltou
fui pra rua feito louco
pra saber o que aconteceu
Procurei na central
Procurei no hospital e no xadrez
andei a cidade inteira
e não encontrei inês
voltei pra casa triste demais
o que inês me fez não se faz
pois no chão bem perto do fogão
encontrei um papel escrito assim
pode apagar o fogo, mané
que eu não volto mais.
Martinho da Vila
Vamos rezar para que não tenhamos que sair para comprar "Pavio para o Lampião", senão a gente não perde só a INÊS, a gente perderá coisas muito mais importantes. A INÊS a gente substitui, mas o resto...Será difícil!...
Maria Tereza Penna
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